segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

SAUDOSISMO


Dia desses, a jovem e antenada Mayra Fernandes Almeida, aluna da Escola Estadual Plínio Ribeiro, em Montes Claros, postou no Facebook que não passa um só dia sem que ela ouça música. 
E eu emendei: Dois com o velho aqui. 
Mesmo porque sei que ela gosta não apenas de boa música, mas gosta também de Legião Urbana. O que é um deleite para mim, um apaixonado não apenas pelas músicas, mas principalmente pelas poesias que são as letras escritas por este grupo brasiliense deixado órfão pela morte de Renato Russo.
O hábito de ouvir música me foi passado por minha mãe, uma bela mulher que faleceu aos 45 anos mas que vivia atenta à programação das emissoras de rádio. E também tinha, na sala da nossa casa, um toca disco onde ela ouvia Miguel Aceves Mejia, Altemar Dutra e Sílvio Caldas, entre outros, e onde depois passei a ouvir Pink Floyd, Uriah Heep e Led Zeppelin, além de Demétrius, Ave Sangria, Santana, O Terço, Os Mutantes, Grupo Agreste e Grupo Raízes, entre outros.
Desta fase, eu lembro muito particularmente também de três músicas francesas que marcaram minha geração: Je T’Aime Moi Non Plus (Jane Birkin e Serge Gainsbourg), Aline (Christophe) e F... Comme Femme (Salvatore Adamo). A partir daí me tornei ávido consumidor de Maurice Chevalier, Edith Piaf, Dalida, Gilbert Becaud, Charles Aznavour e Yves Montand, entre outros. E estou me ralando para isso que alguns dizem, por aí, que a língua francesa é meio afetada. Na música ou no cinema, ela me soa muito e muito bem.

E, apesar dos ataques viscerais que fazem contra a futilidade e, às vezes, a imbecilidade que campeia a maioria dos posts do Facebook, e que envolvem não só futebol, política e religião, mas também muita vida pessoal e fatos particulares que nada dizem respeito a terceiros, eu tenho pregado que esta é uma ferramenta tão interessante e poderosa quanto as bibliotecas e discotecas foram para a minha geração. Ou seja, nós não comprávamos todo e qualquer livro ou disco que víamos pela frente, sabíamos discernir o joio do trigo, garimpar os bons entre os maus e os imbecis.
É claro que eu li muita bobagem até chegar a gostar de Albert Camus e Herbert Marcuse, incluindo as fotonovelas de Contigo, Capricho e Jacques Douglas que minha saudosa mãe deixava espalhadas pela casa. Quando descobri os livros que contavam as aventuras de Raffles, “o ladrão refinado”, eu descobri na sequência o Inspetor Maigret de Simenon, Miss Marple e Hercule Poirot de Agatha Christie, e até coisas como O Falcão Maltês, inevitavelmente me remetendo aos filmes de Alfred Hitchcock.  
Porque música, literatura e cinema completam o tripé onde o meu parco conhecimento se sustenta, e o resto é consequência. Razão pela qual, além de música todos os dias, não abro mão de assistir ao menos um bom filme por semana e ler no mínimo um bom livro por mês. Meu corpo e espírito – cérebro, alma e coração , com certeza, murchariam sem os prazeres culturais dos quais desfruto com tanto prazer. 
E será assim, enquanto Deus permitir que minha carcaça permaneça sobre a Terra, e eu espero que seja muito ainda, vou lutar para isto...

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