segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

PAGAMOS PELO QUE ESCOLHEMOS


A coisa vai de mal a pior e não há uma luz no fim do túnel. Pelo andar da carruagem da Cinderela, a BR-135 vai continuar matando nos próximos anos, mesmo porque os responsáveis pela duplicação só veem o traçado da estrada das janelinhas dos aviões e helicópteros que utilizam pra se locomover. 
O mesmo vai acontecer com as filas do SUS nos hospitais públicos, já que as “otoridades” desfrutam de planos de saúde particular. 
Acabar com o fator previdenciário, por quê? Político se aposenta é de acordo com os poucos mandatos cumpridos, e não por ano trabalhado.
Enquanto as mazelas e agruras vão de acumulando e multiplicando a cada quadrante da nação, aumentam também as declarações e firulinhas sobre o quão grande é este País onde em se plantando tudo dá. Principalmente se for a erva daninha chamada corrupção que, sem pena e sem dó, drena os cofres públicos de um dinheiro essencial nos serviços básicos destinados ao povo. Falta dinheiro pra tudo, até mesmo para as obras megalomaníacas para a Copa do Mundo e as Olimpíadas que, para mim, é coisa pra inglês ver. Eu já estou até mesmo imaginando a cena: Abrem-se as cortinas, acendem-se os refletores e os links, entra o MC Catra com aquele seu gingado natural e diz para milhões e milhões de embasbacados assistentes televisivos mundo afora: “É nóis, vadias...”
Terminadas as últimas eleições, ouviu-se muito o jargão de que “cada povo tem o governo que merece”. Na verdade, justiça seja feita, cada povo tem o governo que elege. E é um erro querer culpar apenas o atual sistema eleitoral, que privilegia as campanhas dos mais poderosos na medida em que escamoteia na vala comum as doações milionárias de padrinhos de todos os partidos.
Na ponta da linha, prestes a devassar o buraco da agulha, o que vale mesmo é a velha regra de que “aos amigos tudo, aos inimigos a lei”. Afinal, numa democracia deveriam ser todos iguais, mas vivemos num País onde alguns são muito mais iguais que os outros. Não importa se é de direita, esquerda, centro, centro-esquerda, centro-direita, uns fazem mais de um lado, outros o fazem de outro, mas ninguém faz com equanimidade para todos os lados, que é como deveria ser.
Como já cantava a saudosa Cássia Eller, “mudaram as estações, mas nada mudou”. Mal as chuvas começaram e já se acumulam as notícias de ruas e avenidas esburacadas, gente morrendo, casas soterradas, estradas fechadas, vidas interrompidas num roteiro que se repete todos os anos. Somos tão pirracentos quanto a mãe natureza, que teima em manter um ciclo milenar contra o qual nós insistimos em teimar.
Carl Jung dizia que "não há despertar de consciências sem dor". E o mais engraçado é que sofremos, mas insistimos em cometer os mesmos erros, sempre e sempre. Já que a liberdade provém das nossas escolhas, pagar o preço por elas também é resultado. É a lei da ação e reação, e contra ela nada podemos fazer. 
Pois que assim seja...


Nenhum comentário:

Postar um comentário