Não adianta.
Sou monogâmico por natureza.
Prefiro o calor das cobertas e dos pés da amada a
me aquecer, do que o frio das baladas e dos corações noturnos.
Bom mesmo é ter alguém para dividir minhas horas para,
então, multiplicarmos alegria.
Felicidade é muito particular, mas a minha é
pública.
Caminhar de mãos dadas, dormir de conchinha, fazer
companhia ao vinho, planejar viagens, sonhos ou cafés matinais.
Tudo isso me deixa mais completo.
Festas vazias, de gente vazia e com garrafas vazias
não me preenchem.
Fico enjoado...
Não pela presença do álcool, mas pela ausência de
sentimento.
Carinho é moeda rara.
Sexo virou parquímetro: centavos para estacionar o
corpo.
Comigo não tem jeito, eu invado a calçada, deixo
ali tudo que é meu, recebo multas mensais pelo meu excesso de velocidade no
amor.
E isso, sim, tem mais emoção.
Não consigo chegar em uma boate, por exemplo, para
uma desconhecida e simplesmente abordá-la.
Pessoas interessantes tem muito mais do que beleza
física.
Uma pessoa bonita pelos padrões estéticos pode ser
a criatura mais chata que você já cruzou.
Sem preconceitos, pode também ter uma boa conversa,
ser letrada, culta, espontânea, divertida.
O fato é que é impossível reconhecer todos esses
atributos à meia luz, com uma música irritantemente repetitiva e uns goles na
cabeça.
Só se ama alguém à luz do dia, na autenticidade de
um dia qualquer da semana, no almoço apressado, na exaustão do fim de tarde, no
desabotoar problemas da happy hour.
Todos nós somos metade.
Procuramos algo que nos complete na realização
profissional, na felicidade familiar e na autoestima.
Sempre falta algo no estômago e no coração.
E eu não me alimento com sobras.
Tenho constantemente fome de amor.
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