terça-feira, 4 de dezembro de 2012



MÃES QUE CHORAM
O choro de uma mãe é sempre algo especial, pois ocorre em situações das mais inusitadas. É sempre, porém, marcado pela profundidade, seja na alegria ou na tristeza; na angústia da ida ou na expectativa da volta. Os filhos as movem. Infelizmente na maioria das vezes os atores - como vítimas ou autores - são os jovens. Montes Claros, por exemplo, que de uns tempos para cá ostenta índices de segurança acima da média nacional, vive o drama dos enfrentamentos da violência urbana, nos quais os envolvidos tem, na maioria das vezes, menos de 25 anos de idade. Nesse contexto, a imprensa local sempre colhe depoimentos emocionados de mães de algozes e de vítimas, que explicitam suas angústias num mesmo sentimento: o de perda. Umas, pela irreversibilidade da morte; outras, pela incapacidade de segurar a mão do filho que, de uma certa forma, também comprometeu o próprio futuro.
Os dois sentimentos, que acabam se fundindo num só, são emblemáticos, pois demonstram a precária estrutura de grande parcela das famílias brasileiras, assistida apenas nos discursos das autoridades, mas vivente num mundo real de problemas e de abandono. São, em boa parte, mães que fazem o papel também de pai, de provedoras e de educadoras, num cenário em que elas próprias são vítimas. O drama dessas mulheres não impressiona os governos, que lidam apenas com estatísticas, sem se aprofundarem nas suas razões. Pela via mais fácil, diz-se apenas que são enfrentamentos de jovens que desconhecem os limites. Mas e a origem desses problemas?
Por mais que os especialistas indiquem, as ações de defesa de famílias carentes passam apenas pelos projetos de casa própria e alimentação. São fundamentais, é fato, mas ficam pontas soltas quando muitos desses aglomerados familiares estão distantes de projetos educacionais e de acompanhamento. Os jovens, no frenesi da busca da própria identidade, ou de exacerbação do pertencimento, deixam a vida lhes levar, sem conhecerem os limites que deviam ser impostos a eles. Mas como cobrar dessas mães que ora choram uma postura que elas também desconhecem? São vítimas das próprias circunstâncias, enquanto o discurso recorrente passa única e exclusivamente pela defesa da repressão.
Montes Claros tem uma dívida social que ainda vai demorar anos para ser paga, mas enquanto não se avançar, são poucas as esperanças de mudanças.
Até quando?

ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL
Montes Claros está em 32º lugar no Estado de Minas Gerais e em 299º no País no Índice de Desenvolvimento Municipal (IFDM), divulgado nessa segunda-feira (03/12) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN). O percentual (Edição 2012 – Ano Base 2010) obtido pelo município foi 0,8056. Com isso, a cidade está entre os 80% dos municípios mineiros cujo desenvolvimento se enquadra entre moderado a alto.
A pontuação do município nas três áreas de desenvolvimento consideradas na sondagem foram: emprego e renda (0,7717), educação (0,8347) e saúde (0,8104). Segundo o levantamento, índice superior a 0,8 é considerado alto desenvolvimento; entre 0,6 e 0,8, moderado; entre 0,4 e 0,6, regular; e inferior a 0,4, baixo.
Na última edição da pesquisa, referente a 2009, a cidade obteve índice de 0.7889, quando ocupou a vigésima segunda posição no Estado e a 297ª no País. Seis cidades mineiras figuram entre as cem com maiores índices no país: Extrema (26º), Uberlândia (49º), Nova Lima (50º), Belo Horizonte (56º), Ipatinga (77º) e Pouso Alegre (99º). O IFDM foi criado com o objetivo de acompanhar a evolução socioeconômica dos 5.565 municípios brasileiros.
O IFDM é um estudo anual do Sistema FIRJAN que acompanha o desenvolvimento de todos os mais de 5 mil municípios brasileiros em três áreas: Emprego e Renda; Educação e Saúde. Ele é feito, exclusivamente, com base em estatísticas públicas oficiais, disponibilizadas pelos ministérios do Trabalho, Educação e Saúde.

ÚLTIMOS DETALHES
A comissão de transição deve começar a elaborar seus relatórios ainda esta semana para servir de base para os próximos passos do prefeito eleito de Montes Claros, Ruy Muniz (PRB), que já faz avaliações sobre o secretariado, mas não divulga os nomes. Fechado em copas, tem fugido das armadilhas de lobistas na tentativa de emplacar afilhados. Muniz já garantiu que não irá manter representantes do atual primeiro escalão entre os secretários, mas admite aproveitamento, sobretudo os de perfil técnico, em outras funções, já que prestam "bons serviços à cidade". Da mesma forma, cita casos de outros escalões, devendo fazer mudanças de funções em algumas situações. Ele não fixou data para divulgar a sua equipe, mas as previsões são de que deva fazê-lo até o dia 21 deste mês. O prefeito eleito tem acompanhado as especulações, mas não abre o jogo, embora admita que alguns personagens citados podem até ser confirmados mas, provavelmente, em outras funções.

INTERLOCUTORES
Nas várias ocasiões em que é instado a falar, Ruy Muniz reafirma que não vai se afastar do discurso de campanha após ter sido eleito, pretendendo dar um ritmo de trabalho intenso à sua administração. Para tanto, em vez de férias, está percorrendo gabinetes de Belo Horizonte e de Brasília em busca de recursos e para confirmação de acordos já firmados. Ao mesmo tempo, tem conversado bastante com interlocutores que conhecem os bastidores da burocracia, especialmente de Brasília, já acostumados a levantar recursos.

REPAROS
Moradores de várias regiões da cidade reivindicam reparos nos abrigos do ponto de ônibus. Em alguns casos, as coberturas estão se desprendendo da estrutura, deixando as pessoas que aguardam os coletivos sujeitas às intempéries. A situação é mais preocupante por se tratar do período chuvoso. Uma usuária do transporte coletivo, que preferiu não se identificar, contou que o problema se arrasta por muito tempo. "Desse jeito, somos obrigados a ficar na chuva".

ASPECTO DESAGRADÁVEL
A calçada de trecho da rua do Atlético, no bairro Alterosa, está tomada por lixo. Além de detritos domésticos, restos de construção, pneu e até um móvel velho estão depositados irregularmente no local. A situação atrai animais indesejáveis, como ratos, e deixa o ambiente com aspecto desagradável. O acúmulo de lixo no passeio também está impedindo o trânsito de pedestres. Diante dos obstáculos, pessoas que circulam a pé são obrigadas a andar pelo asfalto, o que aumenta o risco de acidentes.

FATOR PREVIDENCIÁRIO
A nova tabela do fator previdenciário 2013 entrou em vigor ontem (03/12) com a promessa de beneficiar alguns trabalhadores que pretendem se aposentar por tempo de contribuição, em especial os que passaram dos 55 anos. Conforme a Previdência Social, um homem de 60 anos e 35 anos de contribuição teve o fator aumentado de 0,867 para 0,873. Com isso, poderia trabalhar 71 dias a menos para receber o mesmo benefício. Uma mulher de 58 anos de idade e 30 de contribuição teve o fator aumentado de 0,801 para 0,805 e poderia ter 45 dias a menos de contribuição para contar com igual valor. Pelas regras da aposentadoria por tempo de contribuição, se o fator previdenciário for menor do que um, há redução no valor do benefício. Se maior que um, existe acréscimo. Caso seja igual a um, não há alteração. A tabela com os índices está disponível no site www.previdencia.gov.br

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