MÃES QUE CHORAM
O choro de uma mãe é sempre algo
especial, pois ocorre em situações das mais inusitadas. É sempre, porém,
marcado pela profundidade, seja na alegria ou na tristeza; na angústia da ida
ou na expectativa da volta. Os filhos as movem. Infelizmente na maioria das
vezes os atores - como vítimas ou autores - são os jovens. Montes Claros, por
exemplo, que de uns tempos para cá ostenta índices de segurança acima da média
nacional, vive o drama dos enfrentamentos da violência urbana, nos quais os
envolvidos tem, na maioria das vezes, menos de 25 anos de idade. Nesse
contexto, a imprensa local sempre colhe depoimentos emocionados de mães de
algozes e de vítimas, que explicitam suas angústias num mesmo sentimento: o de
perda. Umas, pela irreversibilidade da morte; outras, pela incapacidade de
segurar a mão do filho que, de uma certa forma, também comprometeu o próprio
futuro.
Os dois sentimentos, que acabam se
fundindo num só, são emblemáticos, pois demonstram a precária estrutura de
grande parcela das famílias brasileiras, assistida apenas nos discursos das
autoridades, mas vivente num mundo real de problemas e de abandono. São, em boa
parte, mães que fazem o papel também de pai, de provedoras e de educadoras, num
cenário em que elas próprias são vítimas. O drama dessas mulheres não
impressiona os governos, que lidam apenas com estatísticas, sem se aprofundarem
nas suas razões. Pela via mais fácil, diz-se apenas que são enfrentamentos de
jovens que desconhecem os limites. Mas e a origem desses problemas?
Por mais que os especialistas
indiquem, as ações de defesa de famílias carentes passam apenas pelos projetos
de casa própria e alimentação. São fundamentais, é fato, mas ficam pontas
soltas quando muitos desses aglomerados familiares estão distantes de projetos
educacionais e de acompanhamento. Os jovens, no frenesi da busca da própria
identidade, ou de exacerbação do pertencimento, deixam a vida lhes levar, sem
conhecerem os limites que deviam ser impostos a eles. Mas como cobrar dessas
mães que ora choram uma postura que elas também desconhecem? São vítimas das
próprias circunstâncias, enquanto o discurso recorrente passa única e
exclusivamente pela defesa da repressão.
Montes Claros tem uma dívida
social que ainda vai demorar anos para ser paga, mas enquanto não se avançar,
são poucas as esperanças de mudanças.
Até quando?
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO
MUNICIPAL
Montes Claros está em 32º lugar
no Estado de Minas Gerais e em 299º no País no Índice de Desenvolvimento
Municipal (IFDM), divulgado nessa segunda-feira (03/12) pela Federação das
Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN). O percentual (Edição 2012 –
Ano Base 2010) obtido pelo município foi 0,8056. Com isso, a cidade está entre
os 80% dos municípios mineiros cujo desenvolvimento se enquadra entre moderado
a alto.
A pontuação do município nas três
áreas de desenvolvimento consideradas na sondagem foram: emprego e renda
(0,7717), educação (0,8347) e saúde (0,8104). Segundo o levantamento, índice
superior a 0,8 é considerado alto desenvolvimento; entre 0,6 e 0,8, moderado;
entre 0,4 e 0,6, regular; e inferior a 0,4, baixo.
Na última edição da pesquisa,
referente a 2009, a cidade obteve índice de 0.7889, quando ocupou a vigésima
segunda posição no Estado e a 297ª no País. Seis cidades mineiras figuram entre
as cem com maiores índices no país: Extrema (26º), Uberlândia (49º), Nova Lima
(50º), Belo Horizonte (56º), Ipatinga (77º) e Pouso Alegre (99º). O IFDM foi
criado com o objetivo de acompanhar a evolução socioeconômica dos 5.565
municípios brasileiros.
O IFDM é um estudo anual do
Sistema FIRJAN que acompanha o desenvolvimento de todos os mais de 5 mil
municípios brasileiros em três áreas: Emprego e Renda; Educação e Saúde. Ele é
feito, exclusivamente, com base em estatísticas públicas oficiais,
disponibilizadas pelos ministérios do Trabalho, Educação e Saúde.
ÚLTIMOS DETALHES
A comissão de transição deve
começar a elaborar seus relatórios ainda esta semana para servir de base para
os próximos passos do prefeito eleito de Montes Claros, Ruy Muniz (PRB), que já
faz avaliações sobre o secretariado, mas não divulga os nomes. Fechado em
copas, tem fugido das armadilhas de lobistas na tentativa de emplacar afilhados.
Muniz já garantiu que não irá manter representantes do atual primeiro escalão
entre os secretários, mas admite aproveitamento, sobretudo os de perfil
técnico, em outras funções, já que prestam "bons serviços à cidade".
Da mesma forma, cita casos de outros escalões, devendo fazer mudanças de
funções em algumas situações. Ele não fixou data para divulgar a sua equipe,
mas as previsões são de que deva fazê-lo até o dia 21 deste mês. O prefeito
eleito tem acompanhado as especulações, mas não abre o jogo, embora admita que
alguns personagens citados podem até ser confirmados mas, provavelmente, em
outras funções.
INTERLOCUTORES
Nas várias ocasiões em que é
instado a falar, Ruy Muniz reafirma que não vai se afastar do discurso de
campanha após ter sido eleito, pretendendo dar um ritmo de trabalho intenso à
sua administração. Para tanto, em vez de férias, está percorrendo gabinetes de
Belo Horizonte e de Brasília em busca de recursos e para confirmação de acordos
já firmados. Ao mesmo tempo, tem conversado bastante com interlocutores que
conhecem os bastidores da burocracia, especialmente de Brasília, já acostumados
a levantar recursos.
REPAROS
Moradores de várias regiões da
cidade reivindicam reparos nos abrigos do ponto de ônibus. Em alguns casos, as
coberturas estão se desprendendo da estrutura, deixando as pessoas que aguardam
os coletivos sujeitas às intempéries. A situação é mais preocupante por se
tratar do período chuvoso. Uma usuária do transporte coletivo, que preferiu não
se identificar, contou que o problema se arrasta por muito tempo. "Desse
jeito, somos obrigados a ficar na chuva".
ASPECTO DESAGRADÁVEL
A calçada de trecho da rua do
Atlético, no bairro Alterosa, está tomada por lixo. Além de detritos
domésticos, restos de construção, pneu e até um móvel velho estão depositados
irregularmente no local. A situação atrai animais indesejáveis, como ratos, e
deixa o ambiente com aspecto desagradável. O acúmulo de lixo no passeio também
está impedindo o trânsito de pedestres. Diante dos obstáculos, pessoas que
circulam a pé são obrigadas a andar pelo asfalto, o que aumenta o risco de
acidentes.
FATOR PREVIDENCIÁRIO
A nova tabela do fator
previdenciário 2013 entrou em vigor ontem (03/12) com a promessa de beneficiar
alguns trabalhadores que pretendem se aposentar por tempo de contribuição, em
especial os que passaram dos 55 anos. Conforme a Previdência Social, um homem
de 60 anos e 35 anos de contribuição teve o fator aumentado de 0,867 para
0,873. Com isso, poderia trabalhar 71 dias a menos para receber o mesmo
benefício. Uma mulher de 58 anos de idade e 30 de contribuição teve o fator
aumentado de 0,801 para 0,805 e poderia ter 45 dias a menos de contribuição
para contar com igual valor. Pelas regras da aposentadoria por tempo de
contribuição, se o fator previdenciário for menor do que um, há redução no
valor do benefício. Se maior que um, existe acréscimo. Caso seja igual a um,
não há alteração. A tabela com os índices está disponível no site www.previdencia.gov.br.
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