Estreitos, largos, curtos, longos, inacabáveis. Quando nasceram, os caminhos foram condenados a nunca ser destino, mas sempre caminhos. O caminho é passageiro, é a passagem: ou se está mais perto de onde veio, mais próximo de onde vai ou exatamente no meio do caminho. O caminho é como, nunca onde; é o meio, nunca o fim. Ainda que pare no caminho, você não estará em lugar algum. Os caminhos podem ser retos, curvos, claros, confusos, concretos, invisíveis. O caminho pode ser liso, esburacado, bonito, impraticável, pode ser certo ou pode ser o caminho errado. Alguns caminhos só levam, outros caminhos só trazem, alguns fazem as duas coisas e há os que levam a outros caminhos. Sem eles, não vamos a lugar algum; através deles, podemos ir a qualquer lugar. Há caminhos que fazemos todos os dias, existem outros que tentamos evitar. Mas aquele que evita qualquer caminho nem ao menos pode sonhar. O que são sonhos senão caminhos? O que é a vida senão estrada em dia de neblina?
(Eduardo Coutinho)
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