quarta-feira, 11 de junho de 2014

EM JOGO



O espetáculo que a Copa pretende proporcionar ao mundo, com as disputas entre as seleções de futebol, não para por aí. A Copa também estará em jogo, mesmo sem bola. Já se pode contar como certo que as manifestações estarão presentes nos estádios, participando também do evento, mas do lado de fora, nas ruas. Hoje, véspera do início da competição, as pesquisas mostram que há um descontentamento crescente com a realização dos jogos da Copa, devido aos gastos bilionários com as obras, muito além das expectativas. Se as obras das arenas, que são de interesse da Fifa, foram concluídas dentro do prazo, por que então as obras de interesse do País e da população ainda nem começaram?
Os jogos da Copa terão início nos gramados das arenas, pelas disputas de gols, enquanto as manifestações de protesto fazem o seu jogo político nas ruas, disputando espaço com os policiais. Nos estádios, o campeonato é para definir a melhor seleção de futebol do mundo; nas ruas, os movimentos populares servem para mostrar ao mundo que o País está cheio de problemas. Nesse campeonato, o que está em jogo é a Copa!
Não importa se o PIB virou "pib" e o País não cresce. Também não importa se há cinco anos a Petrobras era a 12ª maior empresa do mundo e agora ocupa a 120ª posição. Ou se a compra da refinaria em Pasadena "não foi um bom negócio". Pouco importa se a produção industrial está em queda, ou se as grandes empresas estão saindo do Brasil. Se o desemprego está em alta ou se há inflação. A meta a ser atingida é apenas um detalhe, e não acertam uma. A resposta dada pela presidente é sempre a mesma: "a inflação está sob controle, o problema são os preços", ou, então, ela diz "não saber as razões de crescimento pífio do País". Ou seja, conseguiram empurrar os problemas até o final do mandato, para novamente prometer uma economia estabilizada, moeda forte, controle da inflação, o País voltará a crescer, geração de emprego e renda, educação e saúde de qualidade, etc., que só convencem mesmo os petistas fanáticos.
Segurança é um dos itens constantes da pauta de reivindicações. As forças de segurança estarão concentradas nos estádios onde ocorrerá o campeonato, para garantir o evento que vem sendo rejeitado pela metade dos brasileiros, enquanto a população fica totalmente desprotegida. Uma coisa é certa: nenhum brasileiro é contra a nossa seleção de futebol. O povo gostaria que, antes de tudo, o Brasil fosse campeão em saúde, segurança e educação, no padrão Fifa. O discurso oficial do governo federal é que esta será a "Copa das Copas", mas, na outra ponta, corre-se o risco de acontecer a manifestação das manifestações durante o torneio. Se a Copa é considerada uma decepção, vergonhoso é ter pago R$ 140,00 aos operários para aplaudir a presidente durante a cerimônia de inauguração do BRT Transcarioca. Haja dinheiro público para sustentar o "programa bolsa plateia" até as eleições! A população já está saturada com esse governo que só sabe consumir dinheiro público e vender ilusões, cujas verdadeiras intenções estão voltadas para o golpe bolivariano. Afinal, ninguém é de ferro e não quer mais sofrer humilhações. Que venha a Copa com os seus robocops!

Nenhum comentário:

Postar um comentário