segunda-feira, 28 de novembro de 2011

ESTOU DE VOLTA E AGORA É PRA VALER


Nem sempre você pode escolher pelo que passará na vida. Afinal, existe o acaso, o imprevisível e o imponderável. A gente planeja, se prepara e vem uma chuva. É o incontrolável. Mas saiba que, mesmo assim, você pode optar pela forma como passará por isso.

Não importa o que seja, quão grande seja a dor, a decepção e a frustração. O fato é que você poderá escolher como perceber, elaborar e reagir a esses fatos imutáveis da vida. Não somos capazes de mudar os fatos, principalmente os inesperados. Mas podemos sempre dar-lhes novos significados, novas interpretações e novos “para quês” – esqueça os porquês, pois eles nos fazem olhar excessivamente para trás, enquanto você deveria gastar suas energias, hoje, mirando no alvo que está à sua frente: o amanhã.

Sofra, chore, extravase, não reprima seus sentimentos.

Não pense que pelo fato de eu ser jornalista também não estou sujeito a viver e sofrer as situações sobre as quais escrevo. Só acredito no que escrevo com propriedade e pertinência porque estou, como você, sujeito a tudo isso. Neste exato momento que ponho a mente a viajar e os dedos a teclar, estou chateado e desapontado com um fato. Cansado de remoer e sentindo a necessidade de avançar, dei um cutucão em mim e disse: Não vou me entregar; vou escrever o que estou protelando. E cá estou eu.

Se desejar e exercitar, você pode aprender a controlar parte de sua mente. Refiro-me à parte do “eu devo”. A outra, a do “eu quero”, é uma porçãozinha primitiva, selvagem e que, muitas vezes, insiste em nos levar a satisfazer desejos menores, circunstanciais e inconseqüentes. Entretanto, temos o poder (limitado, é lógico) de exercer controle sobre o “eu devo”. Mas cuidado! Eu jamais lhe indicaria deixar de sentir, ou seja, sufocar ou reprimir seus sentimentos. Fomos feitos com a capacidade de sentir (as outras são pensar e agir) e precisamos usá-la sob o risco de tornarmos nossas vidas insípidas e inodoras.

O que quero dizer é que se a dor vier: gema. Se o sofrimento chegar: chore. Mas faça tudo isso só por uns poucos instantes. Um período suficiente para que você extravase, coloque para fora as coisas negativas e, depois, pare para dizer a si mesmo: “Sim, e agora?”

Depois de sentir, dê o próximo passo:

Esse é exatamente o momento mais importante. A hora de inferir o ponto de inflexão, responsável por fazer a curva descendente da motivação mudar de sentido e voltar a subir. É a hora do “tá bom, mas e agora, o que é que eu faço?”.

Neste exato e sublime momento, você tira o foco dos problemas, dificuldades, empecilhos, obstáculos e começa a focar em algo absolutamente singelo, mas imprescindível para lhe tirar do estado em que se encontra: você começa a buscar um caminho. Porém, esqueça que isso ocorre por acaso, que é obra do destino. Não! Isso é obra do “eu devo”. Do supervisor interno, do superego ou do nome que você queira chamar essa porção maravilhosa de nossa mente que nos torna capazes de tomar decisões.

Enfim, contra o veneno poderoso do acaso você tem um antídoto maravilhoso, capaz de fazer você recuperar-se e continuar andando. E ele se chama: o poder de fazer escolhas. Jeremias fez isso e registrou em seu Livro das Lamentações. Lá o encontramos vivendo um turbilhão emocional e, logo depois, afirmando: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança”. Após essa afirmação, ele só louva e não pragueja; proclama e não reclama; ri e não chora; anda e não se prostra.

Em síntese, não dá para evitar as dores, os sofrimentos, os percalços, os obstáculos e as frustrações. Não adianta lutar contra isso. Agora, não me venha dizer que é necessário parar por causa disso. Se você quiser, dá para levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima.
 Talvez o final feliz seja só seguir em frente

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