sexta-feira, 18 de maio de 2012

CAPITÃO ENÉAS: VITRINE DO EMPREENDEDORISMO


O maior desafio para o desenvolvimento de Capitão Enéas era vencer o seu sentimento de inferioridade. Por ser pequeno e vizinho de Montes Claros, a maior potência econômica da região norte-mineira, o município se sentia incapaz de competir com a concorrência que atraia boa parte da renda própria. Mas esse medo de acreditar no seu próprio potencial, felizmente, hoje é página virada.
A história mudou quando a Prefeitura decidiu investir num segmento com boas perspectivas de fazer a diferença: o empreendedor de pequenos negócios. Duas ações adotadas a partir de 2005, quando o prefeito Reinaldo Teixeira assumiu o comando da Prefeitura de Capitão Enéas, mudaram a economia do município: a implantação da Lei Geral de incentivo aos micro e pequenos empreendimentos e a adoção de uma nova política de compras públicas, carro-chefe do aquecimento da economia local.
O sucesso dessas ações brindaram o prefeito Reinaldo Teixeira e o resgate da autoestima dos moradores com os dois títulos históricos na 7ª Edição do Prêmio Sebrae. Ele levou os troféus de Vencedor Nacional nas categorias "Lei Geral Municipal da Micro e Pequena Empresa" e "Compras Públicas dos Pequenos Negócios Locais".
Aliás, as compras públicas são o carro-forte do aquecimento da economia local. Até 2004, a Prefeitura comprava dos fornecedores da cidade cerca de R$ 100 mil. Em 2011, as compras chegaram a R$ 4 milhões, que ainda é 70% do total. “Nosso objetivo é chegar a 100% de participação do comércio nas compras públicas municipais”, vislumbra o prefeito.
Hoje, a pequena Capitão Enéas é uma vitrine do empreendedorismo. Basta circular pelo comércio da cidade para ver o que antes não se via: lojas dos mais diversos setores, gente comprando, trabalhadores vendendo, empreendedores querendo investir mais. “Antes, trabalhava sozinha”, conta Gysele Rocha, da padaria Butique do Pão. “Hoje, depois que ganhei a licitação da Prefeitura, tenho quatro funcionário e vou contratar mais um”.

ABAIXO O CONFORMISMO
As mudanças começaram em 2005, com uma reforma administrativa. Foi criada a Secretaria de Desenvolvimento Ambiental e Econômico, para tratar do crescimento econômico sustentável, e recriada a Secretaria de Agricultura, para incentivar a agropecuária de pequeno porte.
Em seguida, foi reaberta a Associação Comercial e Industrial com a missão de integrar e capacitar os empresários, melhorar a qualidade dos produtos e do atendimento.
A Prefeitura também se renovou internamente, criando, entre os servidores, uma cultura contra o conformismo e em defesa do empreendedorismo. Os funcionários foram treinados para orientar os empreendedores e a ajudá-los a caminhar no mundo dos negócios. Em audiências públicas, a comunidade conheceu as estratégias para vencer o medo de crescer e criou um ambiente propício aprovação da Lei Geral e do novo formato de compras públicas.
Gradativamente, outras ações foram adotadas: áreas para grandes empresas que serviriam de âncora aos pequenos negócios; atração de novos agentes financeiros que disponibilizaram linhas especiais aos pequenos empreendedores; divulgação das potencialidades do município; produção de cartilhas sobre como vender produtos e serviços para a Prefeitura; campanha de formalização de empreendedores individuais; e a realização de pregão presencial para prestigiar os fornecedores locais.

APOIO AO AGRONEGÓCIO
O campo também foi semeado. Os produtores receberam diversos incentivos, como a implantação do Plano Garantia Safra; a criação da Feira do Produtor; e a construção de um espaço próprio para a realização de eventos ligados ao agronegócio, como leilão de.
As famílias rurais passaram a ter acesso a cursos que ensinam a produzir pães, polpas de frutas e doces caseiros, além de produtos derivados da cana-de-açúcar, da mandioca e do leite bovino. Aprenderam também novas técnicas para produzir artesanato de fibras naturais, bordados, roupas e mudas. Receberam ainda instruções sobre como administrar e gerenciar seus pequenos negócios.

Acima de tudo, o mais importante incentivo foi a criação do Banco de Alimentos, por meio do qual a Prefeitura compra e abastece a merenda escolar com produtos adquiridos direta e prioritariamente dos agricultores do próprio território. Esse é mais um ingrediente dos novos tempos.
 

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